Sempre existiram elucubrações a respeito de meios artificiais para facilitar a rotina de pessoas em diversos contextos, mas em especial quando há limitações de mobilidade. Muitos inventos têm sido desenvolvidos e adotados nesse sentido, possibilitando a autonomia de pessoas idosas ou com deficiência que estejam em processo de perdas e complementando partes do corpo através de próteses ou órteses, facilitando a manutenção de atividades. Também consideramos os dispositivos de apoio, tais como barras de apoio, andadores, cadeiras de roda e bengalas, importantes para o desempenho de ações com finalidade pessoal ou profissional, para garantia do protagonismo.
Em 1962 foi lançada a animação The Jetsons que, segundo o site Wikipédia, “introduziu no imaginário da maioria das pessoas o que seria o futuro da Humanidade: carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento, robôs como criados, e tudo que dá para se imaginar do futuro.” O mais fantástico era considerar a intangibilidade daqueles elementos do dia-a-dia, como se fossem fantasias inalcançáveis, possibilidades descortinadas pouco tempo depois pela revolução informática e a nanotecnologia, ainda em pleno desenvolvimento.
Em setembro de 2017 escrevi sobre a possibilidade de considerar a presença de robôs como companhias, evidentemente sem descartar família e amigos como principais coadjuvantes (https://sermodular.com.br/2017/09/22/quais-os-caminhos-da-tecnologia-assistiva-como-coadjuvante-no-cuidado-de-idosos-solitarios/ ). No mesmo ano, em novembro, nova abordagem sobre o uso da tecnologia, desta vez sobre dispositivos acessórios à atenção de cuidadores (https://sermodular.com.br/2017/11/03/moradias-inovadoras-para-a-velhice-estariam-associadas-a-novos-comportamentos-frente-a-tecnologia/ ). Agora, é preciso estabelecer algumas reflexões sobre um outro aspecto, o da tecnologia como meio para suprir demandas sociais.
No dicionário Houaiss, uma das definições é a “aplicação dos conhecimentos científicos à produção em geral”, sendo a tecnologia social o “conjunto de artes e técnicas sociais aplicadas para fundamentar o trabalho social, a planificação e a engenharia, como formas de controle”. Se a primeira ideia que se tem sobre tecnologia remete a máquinas e eletrônicos, pode-se refletir sobre a amplitude do termo, considerando que os processos de cuidado dependem da produção de serviços que resultam em maior bem-estar, conforto e qualidade de vida. Inovar em tecnologia assistiva não depende somente de grandes laboratórios ou conhecimentos baseados na física. A associação das técnicas de diversas disciplinas tem produzido resultados importantes no funcionamento de hospitais, aumentando sua eficiência e eficácia no tratamento de cuidados intensivos. Em São Paulo acaba de ser aprovada a prática de aproximação de animais de estimação a pessoas hospitalizadas, comprovadamente um estímulo à recuperação mais acelerada. Só é possível porque há tecnologia biopsicossocial: o elemento humano é insubstituível, em qualquer contexto.
Como em tudo acho que há uma visão “over” sobre a aplicação da tecnologia como solução para longevidade, a humanização tem que andar junto.
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Máquinas são operadas pelos homens. A presença pode até ser virtual, e aí reside o grande avanço com a tecnologia. Mas são os processos que devem privilegiar a humanização, as máquinas são meros instrumentos… Abraços
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[…] mesmo que parcial. Já discorremos sobre esse assunto no texto publicado em março de 2018 – https://sermodular.com.br/2018/03/16/a-tecnologia-desenvolvida-para-assistir-idosos-e-outras-pessoas…. Mas a robótica avança a passos largos na direção da casa a cada dia mais inteligente, o que […]
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