Como a informação possibilita alcançar resultados concretos e efetivos no aprimoramento da moradia de pessoas idosas?

Diversos debates sobre a qualidade da moradia na velhice têm ampliado o interesse em garantir que haja políticas habitacionais que atendam o crescente público idoso brasileiro. De acordo com a jornalista Sofia Correia Baptista, as principais ideias abordadas em um webtalk dedicado à longevidade foram diferentes experiências sobre habitação e organização urbana  (https://amp-expresso-pt.cdn.ampproject.org/c/s/amp.expresso.pt/longevidade/2023-03-22-Longevidade-nas-cidades-precisamos-de-adaptar-os-espacos-a-pensar-nos-mais-velhos-ffcec955).

A partir de Washington, nos Estados Unidos, Bradley Schurman referiu como pequenas mudanças, como por exemplo instalar dispositivos de apoio na casa de banho ou melhorar a luminosidade dos espaços, podem fazer a diferença.

Adaptações simples podem ser feitas sem grandes alterações na organização original da moradia, a começar pela observação do que pode ser um obstáculo ou risco para quedas. Móveis instáveis ou em excesso, tapetes que enrolam ou deslizam e alturas que exijam esforços desnecessários, são alguns dos elementos a serem revistos e ajustados. Mas moramos além da unidade habitacional, portanto o entorno igualmente deve ser revisto e adaptado pelo poder público, se oferecer riscos.

Ser possível caminhar em passeios sem buracos ou barreiras, em ruas com bancos disponíveis e onde é simples subir para entrar no autocarro, foram alguns exemplos dados por José Carreira – fundador e presidente do movimento Stop Idadismo – para cidades mais amigas dos idosos.

Já para o jornalista André Rito, o projeto Casinhas do Pinhal é considerado único no país, composto por 10 casas pré-fabricadas em um ambiente sem “os obstáculos típicos das grandes cidades que tornam o espaço público pouco acessível aos mais velhos” (https://expresso.pt/longevidade/2023-02-24-As-cidades-de-que-precisamos-para-chegarmos-mais-novos-a-velhos-d1b660e9).

Ao contrário do que acontece na grande cidade, aqui o isolamento e a solidão não fazem parte da rotina, o que se explica com a facilidade de movimentos e a solidariedade entre os vizinhos. (…) Mas será que este modelo poderia ser replicado na escala de uma comunidade urbana? Atualmente, vários municípios estão a projetar as suas cidades no sentido de as tornar mais amigas dos idosos. (…) Trata-se de uma mudança radical do paradigma urbano, onde se estima que dentro de uma década viverão a maioria das pessoas acima dos 65 anos. É esse um dos principais desa­fios das autarquias: adaptar a cidade às necessidades desta população.  

A informação possibilita alcançar resultados concretos e efetivos no aprimoramento da moradia de pessoas idosas, especialmente quando escuta ativamente as experiências dos cidadãos idosos. Políticas públicas de habitação para pessoas idosas já são urgentes e podem apropriar-se de experiências bem-sucedidas em outros países, com o reconhecimento das boas práticas e a vontade política de garantir qualidade de vida.

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