As recentes discussões sobre modos de morar na velhice têm trazido à baila as experiências atualmente em foco, tanto as que são vivenciadas no Brasil quanto outras difundidas em países que já buscaram soluções diferenciadas. As moradias institucionais buscam adequar-se aos novos idosos mais ativos e longevos, assim como são propostos condomínios que oferecem melhores condições para manutenção da autonomia dos seus moradores por mais tempo. Comunidades intencionais são formadas para reunir pessoas que acreditam na colaboração como modo de vida mais saudável e, por outro lado, há iniciativas que propõem atendimento domiciliar como meio de manter pessoas idosas nas suas próprias residências. Mesmo assim, outros empreendimentos sugerem que é possível oferecer opções inusitadas que, mesmo distantes do alcance financeiro da maioria da população, não deixam de ser alternativas de moradia na velhice.
Há alguns dias, foi publicada a notícia sobre a construção de um condomínio navegável, o que não parece tão absurdo quando é sabido que navios oferecem serviços de hotelaria e lazer. Neste caso, os apartamentos são variados e sujeitos a adequações de acordo com o gosto do morador (https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Diversao-e-turismo/noticia/2022/09/cruzeiro-residencial-de-luxo-permitira-morar-no-mar-apartamento-chega-custar-us-8-milhoes.html).
Com capacidade para mil moradores, o navio MV Narrative já está com algumas plantas quase esgotadas, segundo Katie Drew, vice-presidente de marketing da Storylines, disse ao site Insider em agosto. O cruzeiro tem aproximadamente 225 metros de comprimento e possui 11 plantas semi-customizáveis. A previsão de início de funcionamento do condomínio marítimo é para 2025.
O navio pretende viajar pelo mundo e aportar em grandes capitais, motivo que seduz pessoas com tempo livre e gosto pela aventura. Além do custo de compra do apartamento, há o custo do condomínio, que cobrirá as refeições e a estrutura de lazer, além de serviços médicos a bordo. Tudo isso torna ainda mais seleto o público com capacidade financeira para morar nessa condição.
Outra opção possível em um futuro mediato é morar no espaço, o que por enquanto é destinado somente a pesquisadores de 15 países que se instalam por longos períodos na Estação Espacial Internacional, resultado de um consórcio entre Estados Unidos, Rússia, Canadá, Japão e países europeus (https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2022/09/passei-um-ano-na-estacao-espacial-internacional-como-e-experiencia-de-morar-fora-da-terra.html). A Estação Espacial Internacional é do tamanho de uma casa de seis quartos. Foi construída em partes, e cada módulo pode ser isolado e fechado caso ocorra uma emergência.
O desafio é a microgravidade, o que pode ser superado com treinamento e novos hábitos. Enfim, há opções mais inusitadas para morar na velhice, basta ser modular para refletir sobre o assunto.

