Sempre há recomendações quanto a exercícios físicos com vistas a um envelhecimento saudável. Mesmo que o avanço da idade determine mudanças na intensidade e no tipo de atividade, há necessidade de manter rotinas saudáveis. Já está provado que essa prática é importante para a capacidade cardiorrespiratória e muscular, mas também para a cognitiva, de acordo com pesquisadores do Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo (https://jornal.usp.br/ciencias/atividade-fisica-preserva-cognicao-durante-envelhecimento/).
Além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, promover o fortalecimento muscular e prevenir doenças associadas ao sedentarismo, a prática regular de atividade física faz bem ao cérebro de idosos. (…) O exercício físico regular aumenta o fluxo sanguíneo para a cabeça e estimula o crescimento de novas células cerebrais e as conexões entre elas, resultando em cérebros mais eficientes, maleáveis e adaptáveis, explica o estudo.
Rotinas domésticas, tais como cozinhar, varrer, organizar armários e lavar roupas, já possibilitam pequenos esforços que ativam a circulação sanguínea e são importantes para autoestima. Portanto, a manutenção diária da moradia já exige empenho, mas exercícios coordenados com movimentos repetitivos complementam a necessidade de manter a musculatura ativa e trabalhada para a força e o equilíbrio. Ioga e pilates são muito importantes para alongamento e podem ser praticadas em casa, desde que seguindo um programa adequado e com a orientação de um profissional habilitado. Porém, outras atividades aeróbicas, como caminhada, musculação e hidroginástica, ativam outras áreas importantes para a manutenção da saúde, incluindo a mental, visto que libera hormônios de satisfação que aumentam a autoestima.
De acordo com a arquiteta Mariana Mie Chao (https://marianachao.com.br), uma moradia saudável “tem como foco ambientes que sejam inteligentemente planejados visando à saúde, segurança, flexibilidade e reversibilidade para que se adequem de acordo com a necessidade de uso”. Chama de Arquitetura Wellness, que possibilita planejamento a longo prazo pois é flexível, permite manutenção prática pela facilidade de higienização e arranjos do mobiliário que mantêm a saúde em dia pelo espaço para exercício físico monitorado, além de prover tecnologia para consultas por telemedicina. Assim, estar em casa e exercitar-se é possível, especialmente na velhice.
A moradia é também o espaço para práticas de atividade física adequada e produtiva quando planejada para ser prazerosa e versátil, útil para seus ocupantes e de acordo com seus desejos. As necessidades mudam ao longo da vida e podem ser atendidas para manter a dedicação e o prazer dos moradores, já que o lar é refúgio, abrigo e espaço de encontros produtivos. Um lugar para chamar de seu, território onde as emoções tragam felicidade, segurança e senso de pertencimento.

