O espaço urbano é cenário para as relações sociais, políticas e econômicas de cidadãos com diferentes culturas e valores. Uma cidade sustentável mantém ambientes que apoiam e capacitam para compensar alterações físicas e sociais, caracterizando condições amigáveis para o uso. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o conceito de envelhecimento ativo é inicialmente entendido como um processo marcado pela otimização das oportunidades em saúde, participação e segurança (OMS, 2008). Como complemento, o Centro Internacional de Longevidade Brasil, que integra a ILC Global Alliance, introduziu a promoção de uma educação continuada ao longo da vida como um quarto pilar (ILC-BRASIL, 2015).
Sendo uma das circunstâncias mais significativas que caracterizam o envelhecimento ativo, de modo a ratificar os quatro pilares, o uso dos espaços públicos deve oferecer boas condições de caminhabilidade, áreas verdes e mobiliário urbano adequado ao longo dos trajetos. Porém, se não houver sistemas de informação efetivos, a orientação fica comprometida e caracteriza dificuldade de acesso a logradouros e equipamentos públicos. Além disso, a garantia de direitos a vagas e acessos exclusivos para pessoas idosas se dá por sinalização própria, até há pouco muito discutida por seu caráter pouco representativo para o velho de hoje, a cada ano mais longevo. Após longo período, uma nova imagem substituirá as antigas placas (https://www.estadao.com.br/brasil/placas-de-transito-que-representam-idosos-nao-terao-mais-bengala-veja-novo-modelo/).
O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) emitiu uma nova resolução que dá o prazo de cinco anos para que as placas destinadas a vagas de estacionamento exclusivas para idosossejam alteradas para um novo modelo. Agora, ao invés de mostrar uma pessoa com bengala e coluna curvada, o novo símbolo traz um desenho em pé, com a postura reta e o sinal 60+ ao lado.
Antes representada como um ser frágil e dependente, a pessoa idosa participa ativamente da sociedade, utilizando serviços disponibilizados para a manutenção da sua saúde e de oportunidades para seu enriquecimento cultural, sendo agente de difusão de conhecimentos em constante processo de aperfeiçoamento. Cada vez mais há novos empreendimentos formados para desenvolver propostas de interações produtivas entre pessoas mais velhas, vistas as dificuldades de convivência diária com familiares mais jovens, em função da dedicação a carreiras profissionais, em competições acirradas e permeadas por constante aperfeiçoamento. Com mais tempo livre, encontrar amigos e empreender esforços em prol do bem comum torna-se um meio de participação social ativa e solidária, alimentando o bem-estar de muitos que encontravam a solidão na velhice. Viver em uma cidade amigável é importante para manter o protagonismo na velhice, usufruindo da autonomia e independência tanto quanto possível e dos direitos garantidos pela legislação, que reconhece a importância da pessoa idosa que ocupa seu espaço no contexto urbano.

