Qual a condição de moradia do brasileiro, a partir dos dados estatísticos mais recentes?

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população brasileira está ficando cada vez mais idosa, morando cada vez mais sozinha e de aluguel. A condição de moradia é impactada pela situação econômica, certamente, mas há fatores comportamentais que transformam as preferências e indicam que é preciso estar atento para decisões futuras sobre como morar na velhice. Na reportagem do jornalista Carlos Madeiro, um resumo dos dados do IBGE demonstram as mudanças demográficas e de arranjos familiares, fatores que resultam em novos comportamentos dos brasileiros (https://noticias.uol.com.br/colunas/carlos-madeiro/2023/06/16/populacao-do-brasil-envelhece-mora-cada-vez-mais-so-e-de-aluguel-diz-ibge.htm).

Em 2022, as mulheres correspondiam a 51,1% da população do país, enquanto os homens totalizaram 48,9%. Nos últimos 10 anos, a população foi ficando mais velha, e o percentual de idosos a partir de 60 anos saltou de 11,3% para 15,1%. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas com menos de 30 anos caiu de 49,9% em 2012, para 43,3% em 2022. A pesquisa revela que as mulheres são as que mais vivem essa longevidade. Entre a população acima de 60 anos, eram 78,8 homens para cada 100 mulheres vivas no ano passado.

O aumento da longevidade e a diminuição de jovens já é percebida nas famílias, o que apresenta maior dificuldade no cuidado dos parentes mais velhos e a necessidade de soluções de moradia compatíveis com os desejos e necessidades de cada indivíduo mais longevo. Além disso, novos arranjos familiares são decorrentes de fatores como o aumento dos divórcios e dos casamentos homoafetivos, além de mudanças em função de carreiras profissionais e de casamentos mais tardios. Em muitos casos, predomina a decisão de viver só, com o resultado a seguir, de acordo com o relatório PNAD:

Ao analisar o padrão etário das pessoas em arranjos unipessoais, observou-se que 12,3% tinham 15 a 29 anos; 45,9% situavam-se na faixa de 30 a 59 anos; e 41,8% eram pessoas de 60 anos ou mais de idade.

O aumento da longevidade não implica necessariamente em maior dependência, o que justifica o fato de muitas pessoas idosas permanecerem sós. A ideia de morar com familiares pode ser mais desgastante do que resolver situações do dia a dia, pois diversos produtos são comprados via sites, pagos com PIX e recebidos com segurança. A telemedicina já se expande de modo a tornar mais acessíveis consultas médicas e encaminhamentos que reduzem o desgaste de deslocamentos desnecessários, tornando mais efetivos os tratamentos e procedimentos em geral. As políticas públicas de suporte comunitário já têm sido discutidas para o aumento da efetividade e abrangência, considerando a parceria dos órgãos públicos com a sociedade organizada. Enfim, estar atualizado com a realidade presente é fundamental para a perspectiva futura, para cada indivíduo Ser Modular, atendendo desejos e necessidades de moradia na velhice.

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