A cidade se organiza em bairros que acomodam seus habitantes de acordo com a capacidade econômica para a ocupação imobiliária, sendo que o valor da terra se estabelece a partir de distâncias, condições de infraestrutura urbana e da qualidade da habitação. Sendo assim, há diferenças significativas entre pessoas idosas nesses contextos e a desigualdade torna ainda mais visíveis as disparidades. A jornalista Ida Nuñez fala sobre a desigualdade na distribuição de oportunidades e o envelhecimento rápido das populações urbanas (https://www.spacemoney.com.br/colunistas/financas-na-maturidade/o-publico-senior-e-os-seus-fantasmas/145729/).
Um dos pilares fundamentais para garantir uma boa qualidade de vida é a moradia. Isso não se resume apenas a um teto sobre a cabeça, mas também inclui acesso a transporte público eficiente, infraestrutura adequada, vias bem conservadas e seguras, presença de comércio variado para atender às necessidades do dia a dia, segurança pública e, cada vez mais importante, acesso à internet e saneamento básico.
Integrar-se à comunidade garante mais segurança e independência, sendo que a experiência de vida de pessoas idosas possibilita a disseminação de conhecimentos que estimulam e propiciam novas perspectivas às gerações mais novas. Condições dignas de moradia são fundamentais para essa interação.
No entanto, a realidade é que muitas regiões urbanas, especialmente as periferias, enfrentam carências significativas nesses aspectos. O acesso a serviços de saúde de qualidade também é fundamental para garantir o bem-estar dos idosos. Isso engloba desde postos de saúde próximos e bem equipados até hospitais, laboratórios e profissionais de saúde capacitados.
As desigualdades que resultam do distanciamento de oportunidades iguais para quaisquer cidadãos deveriam ser objeto de políticas públicas mais inclusivas e da adoção de novas tecnologias que aprimorem as soluções de moradia, garantindo sustentabilidade no uso de recursos. Maior investimento “em projetos que promovam o acesso equitativo a moradias de qualidade” pode garantir mais dignidade a populações cada vez mais longevas.
No âmbito empresarial, há oportunidades significativas para atender às necessidades crescentes da população idosa. Empresas que oferecem produtos e serviços voltados para esse segmento, como tecnologias assistivas, soluções de moradia adaptadas e cuidados de saúde personalizados, estão bem posicionadas para prosperar em um mercado em expansão.
Considerar a melhoria da qualidade das construções, aumentando a oferta de infraestrutura eficiente em toda a malha urbana, pode reduzir o contraste evidente entre bairros da mesma cidade. A longevidade crescente evidencia as dificuldades que impactam a mobilidade de pessoas idosas, porque calçadas irregulares, transporte urbano ineficiente, crescimento desordenado e construções precárias são fatores que impedem um envelhecimento ativo e saudável, sendo urgente a tomada de decisões que minimizem seus impactos.

