No mundo todo chegam notícias de fenômenos climáticos importantes, transformando paisagens, alterando rotas comerciais, mas principalmente, impactando na qualidade de vida de pessoas que sofrem com perdas materiais e desequilíbrio da saúde mental. A partir disso, ficou evidente a necessidade de se considerar o tema das mudanças climáticas como importante na formação dos novos médicos, preparados para os desastres ambientais neste milênio (https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2024/02/06/por-que-as-mudancas-climaticas-deveriam-fazer-parte-do-curriculo-das-faculdades-de-medicina.ghtml).
Vamos lá: os efeitos do aquecimento global, com temperaturas cada vez mais altas, representam um sério risco, porque podem levar a desidratação, doenças cardiovasculares e derrames causados pelo calor. Seguindo: o papel da poluição no desenvolvimento de inúmeras enfermidades, de quadros mais severos de asma a demências; a possibilidade do aumento do número de desastres naturais sobrecarregando emergências; sem contar os aspectos relacionados à saúde mental num cenário desses.
Para pessoas idosas os efeitos são ainda mais graves, consideradas as taxas de morte dessa população. A especialista em planejamento urbano Danielle Arigoni propõe maior atenção da população de todas as idades (https://mundocoop.com.br/longevidade/por-que-os-idosos-devem-se-engajar-na-questao-das-mudancas-climaticas/#).
Ela diz que os mais velhos deveriam se juntar aos jovens para cobrar ações efetivas dos governos para deter o aquecimento global: “Até os negacionistas, que insistem que não está havendo uma mudança climática, vêm sendo confrontados com a realidade. Dependendo da área onde moram, seus imóveis têm se desvalorizado, enquanto o valor do seguro residencial vem aumentando significativamente”.
De acordo com ela, no Canadá as apólices de seguro doméstico estão tendo seus preços majorados em função de incêndios, tempestades severas e inundações. Além disso, as ondas de calor são mais frequentes e especialmente perigosas para os velhos. O professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia aponta, ainda, que aumentam as doenças infecciosas.
“Estamos falando de invernos mais quentes e verões tórridos e de doenças como dengue, zika e até malária, assim como o aumento do número de casos de infecções causadas por fungos”.
A extensa inundação que ainda assola o estado do Rio Grande do Sul demonstrou que as dificuldades no resgate das pessoas atingidas foram ainda maiores quando eram idosas, com restrições de mobilidade e com o apego aos objetos que amealharam ao longo da vida. Para essas pessoas, sair de casa tem sido um sofrimento, sendo inimaginável presenciar a mudança tão radical de paisagens consideradas seguras. Deixaram a própria história no passado, ficando expostos a perigos ainda maiores quando a expectativa seria viver a velhice com o conforto e a segurança que só a própria moradia pode oferecer.

