Há soluções para melhorar as calçadas de São Paulo e evitar quedas de pessoas idosas?

Quem vive em São Paulo conhece os humores da cidade. Assim como oferece oportunidades de trabalho variadas e em grande quantidade, tal como são as atividades culturais variadas e inovadoras, também exige o enfrentamento de dificuldades, em especial de mobilidade. Afinal, uma cidade com quase 12 milhões de habitantes, de acordo com o último recenseamento da população, determina uma área territorial extensa e variada. Bairros com o tamanho de cidades criam comunidades com características próprias, cada uma com suas peculiaridades e padrões socioeconômicos definidos. 

A calçada é o espaço do pedestre, esteja ele em pé ou utilizando quaisquer dispositivos de apoio, mas nem sempre oferece a segurança desejável. A caminhabilidade confortável e segura depende da funcionalidade do pedestre, mas essa capacidade depende do ambiente construído e sua qualidade, tanto em superfícies quanto em eventuais degraus.

Calçadas nem sempre são amigáveis em função de pisos irregulares ou até pela falta de revestimento adequado, o que determina desgastes que tornam a superfície perigosa. Árvores plantadas sem o cuidado de prevenir o crescimento de raízes superficiais geram o rompimento da calçada, chegando a avançar sobre a pista destinada aos veículos, estourando também o asfalto. Essa limitação afeta a saúde desses vegetais, gerando riscos de serem arrancados durante ventanias e oferecendo perigo aos transeuntes a pé ou nos carros. 

Como a calçada é via pública, mas sob responsabilidade do proprietário do imóvel lindeiro, em poucas regiões há o cuidado em escolher revestimentos que mantenham a continuidade. Assim, muitas soluções não são adequadas e criam irregularidades que comprometem a passagem de pessoas em cadeiras de roda ou com carrinhos de bebê. Além disso, certas escolhas erradas oferecem pisos escorregadios e muito lisos, gerando riscos em dias de chuva. Também há problemas quando há escolhas de padrões ou cores que se destacam com o sol, pois o contraste excessivo prejudica a visualização por pessoas com baixa visão.

Outra questão importante diz respeito às travessias, mesmo quando há semáforo e faixa de segurança. A extensão do trajeto poderia ser facilitada pela ampliação das calçadas de esquina, tal como existe em alguns bairros, pois facilita a visualização do pedestre quanto aos veículos na rua e do motorista em relação a eles, prevenindo acidentes. Desse modo, as esquinas permitem a permanência de grupos que aguardam o momento de atravessar, sem atrapalhar outros pedestres e oferecendo conforto e segurança principalmente a pessoas com baixa mobilidade.

Por último, é muito grave encontrar grandes degraus para vencer declives mais acentuados, em especial quando a construção do imóvel prioriza seus acessos em detrimento do uso pelo público que caminha pela calçada. É possível corrigir esses desníveis com projetos de regularização que garantam que os acessos continuem facilitados, mas que o plano, mesmo inclinado, seja contínuo. Portanto, há soluções para melhorar as calçadas, basta desenvolver políticas públicas e bons projetos.

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