É muito recorrente o fato de pessoas idosas terem animais de estimação como companhias fundamentais para evitar a solidão. Quando optam ou necessitam de cuidados mais intensivos, passam a morar em moradias institucionais e nem sempre é permitido mudar com seus pets. Nesse caso, além dos impactos de ter que se habituar à convivência com pessoas estranhas e de levar somente poucas roupas e pequenos objetos, despedir-se dos seus amigos peludos pode causar uma perda irreparável de objetivos afetivos. O texto a seguir apresenta a experiência canadense na presença de pets nas ILPI (https://portaldoenvelhecimento.com.br/a-presenca-controlada-de-animais-de-companhia-em-ilpi-canadense/).
A presença do animal em uma ILPI pode se aproximar de um ambiente semelhante à casa em que residia e manter a identidade da pessoa idosa.
Minimizar o impacto gerado pela mudança tem sido motivo de discussões entre gestores e outros profissionais que atendem pessoas idosas institucionalizadas, buscando alternativas para tornar mais desejável a permanência. Para alguns, a presença de animais pode gerar reações alérgicas e incômodos com ruídos, portanto justificando a proibição. Para outros, a necessidade de um controle de higiene pode gerar custos que recairão na instituição e, portanto, a alternativa não é bem-vinda.
Os residentes percorrem todo o ambiente com seus animais de companhia, possibilitando interações espontâneas e frequentes entre o animal e todos ao seu redor. Essa interação promove um ambiente de felicidade e alegria mútua, além de bem-estar psicológico e atividade física ao tutor do animal.
Se forem observados os prós e contras, especialmente considerando a responsabilidade dos próprios moradores, é possível criar instrumentos de controle para garantir o bem-estar de todos. No caso do Canadá, um regulamento, apresentado desde início do processo de mudança, esclarece os direitos e deveres dos que desejam levar seus animais, com o pagamento de uma taxa na assinatura do termo de responsabilidade.
Destaca-se que um envelhecimento saudável depende de ambientes físicos favoráveis em que as pessoas idosas possam se engajar ativamente, mantendo um estilo de vida significativo. Ao promoverem identidade, autoestima e pertencimento, esses ambientes contribuem para a preservação da autonomia e do bem-estar dos residentes.
Encontra-se situação semelhante nas ERPI – Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas – portuguesas, onde a presença de cães e pássaros é frequente, inclusive com a adesão de moradores para ajudarem na manutenção. Na ILPI Vitalis, em Porto Alegre, encontram-se animais próprios de moradores e outros da própria casa, o que imprime uma dinâmica animada e divertida que torna os ambientes mais vibrantes. Assim, é importante repensar sobre a presença de pets como coadjuvantes para animar moradias coletivas, promovendo bem-estar e atendendo desejos de moradores que os adotam.

