Quais são as características de moradia que atendem o novo perfil das pessoas idosas?

Ao analisar que as mudanças demográficas demonstram o aumento da população idosa, já fica evidente que faltam alternativas de moradia que atendam os diferentes perfis socioeconômicos. Porém, há o fato de que as moradias seniores deverão ser adotadas por mais tempo e em diferentes fases da velhice, exigindo reflexões sobre como desenvolver projetos a partir dessa perspectiva. O arquiteto Marc Trepat Carbonell discorre sobre a arquitetura para futuras gerações de idosos (https://dependencia.info/noticia/5500/arquitectura-y-residencias/arquitectura-y-residencias:-sobre-la-arquitectura-para-las-futuras-generaciones-de-personas-mayores.html).

Parece óbvio que na concepção de alojamentos para as futuras gerações de idosos devem ter em conta aspectos que até agora não considerados, como, por exemplo, pensar que tecnicamente, estes lares devem prestar serviço às pessoas durante mais de 40 anos. 

Já se percebe maior interesse por moradias especializadas por parte de incorporadores imobiliários, mas há um hiato entre as tradicionais Instituições de Longa Permanência para Idosos e os chamados condomínios seniores, visto que as questões econômicas e outras relativas à heterogeneidade da velhice não têm encontrado um meio termo que atenda essa diversidade.

Os centros de idosos construídos até agora foram concebidos para um poder de compra relativamente elevado e em ambientes rurais com grandes espaços verdes. (…) Mas é este modelo que está em crise, uma vez que as futuras gerações de idosos não nos parecem capazes de ter os recursos que lhes permitam pagar este tipo de alojamento. 

O programa de necessidades, que determina o escopo de um projeto arquitetônico adequado, deve considerar o custo de serviços, mas também de manutenção, ao considerar a sustentabilidade do edifício como um dado que garante a saúde financeira do negócio. Igualmente importante é o cuidado com o aproveitamento dos espaços de convivência.

Tanto na habitação sênior como na habitação assistida, os espaços comuns nem sempre têm de ser no rés-do-chão. Por vezes, colocar espaços comuns em pisos altos com boas vistas ou terraços exteriores proporciona às pessoas locais mais agradáveis ​​para conviver.

Projetos com espaços especiais e intimistas permite melhores escolhas e variação de hábitos, estimulando a convivência entre pessoas com desejos semelhantes, sem obriga-las a grandes salas, muitas vezes barulhentas.

A população está envelhecendo progressivamente, a porcentagem de idosos será, num futuro muito próximo, muito superior à dos jovens, e vamos precisar de habitações diferentes para responder a uma procura crescente de um tipo de idosos com necessidades diferentes de maior duração e com menor poder de compra. 

As equipes multidisciplinares que pesquisam para desenvolver bons projetos para sênior living compreendem essas mudanças e as novas necessidades, pois o olhar profissional é insubstituível.

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