Na reportagem assinada por Sofía Soler pela RTVE da Espanha, reflexões sobre babyboomers, pessoas nascidas a partir de 1958 e que viveram grandes transformações sociais, econômicas e culturais no mundo, caracterizam o papel dos cidadãos idosos que vivem mais ativos hoje (https://amp-rtve-es.cdn.ampproject.org/c/s/amp.rtve.es/noticias/20221114/envejecimiento-activo-ciudades-participacion/2408510.shtml).
Hoje em dia, a velhice não tem de significar falta de saúde, de atividade ou de planos de vida, mas é um fato que a aposentadoria e o resto das mudanças a ela associadas marcam uma nova etapa para os boomers. (…) Segundo os sociólogos, os boomers vão envelhecer em um ambiente mais urbano, vão se relacionar de forma diferente nas ruas e com suas famílias, vão querer ter voz na sociedade.
Destaca que o desenho do bairro e a relação com os vizinhos estão diretamente relacionados, podendo ser fatores de solidão não desejada. Pontua que uma comunidade coesa possibilita maior potência e comprometimento e, portanto, a possibilidade de interações em áreas públicas no bairro define a necessidade de praças e calçadas bem equipadas para serem cenário desses encontros.
Em tudo isto, as tendências do “envelhecimento ativo” destacam a participação cidadã dos idosos como o último pilar fundamental. Mas é outro tipo de “espaço” — social, não físico — no qual também existem barreiras.
A participação cívica de pessoas idosas não se dá somente em votar ou apoiar partidos políticos. Tem a ver com o ativismo social em prol da comunidade, o apoio a movimentos que busquem o bem-estar coletivo e o respeito aos direitos dos vizinhos. E isso acontece por toda a vida, desde que reconhecidos os deveres que garantam a manutenção da tranquilidade no bairro, podendo ser o cuidado com a disposição de resíduos no lugar adequado, com o respeito a horários de repouso e com a dedicação ao outro como gostaria de ser tratado. Na matéria em tela, as questões levantadas referem-se à Espanha e, mesmo que saibamos que a Europa já é um continente mais envelhecido, são pertinentes também ao Brasil, onde o idadismo ainda é perceptível e estabelece uma barreira social inaceitável nos tempos atuais.
Nas próximas duas décadas, caminharemos para uma sociedade em que uma em cada quatro pessoas terá mais de 65 anos. Assim, todos os especialistas consultados pedem que nos livremos do “ageísmo” que marginaliza e penaliza tudo o que tem a ver com a velhice.
O aumento da população idosa ativa e mais presente nos ambientes públicos das cidades demonstra o quanto sua influência potencializa a importância dessa participação. As colaborações intergeracionais trazem maior consistência às ações, muitas delas contribuindo para a implementação de políticas públicas eficientes e em prol do bem comum. Quando é quebrado o preconceito, todos ganham, desde vizinhos que reconhecem a importância do pertencimento até os jovens, que podem contar com a experiência acumulada pelas pessoas idosas.


Excelente consideracao, Profa! Recentemente, inscrevemos uma moradora da Instituicao de Longa Permanencia para idosos no concurso nacional de crônicas.. é um pequeno passo em direcao a aumentar a participacao social dos residentes em equipamentos dessa natureza.
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Importantíssimo que os gestores tenham essa visão de proporcionar oportunidades de participação e valorização dos moradores. Sem isso há um desligamento que só piora a invisibilidade tão reconhecida de muitos que residem em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Parabéns a você e sua equipe, Raquel!
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